O Grupo Madero voltou a expandir suas operações e, com isso, levanta um debate sobre o atual momento do setor de alimentação. A empresa registrou um lucro líquido de R$ 53,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, um salto expressivo em relação aos R$ 2,8 milhões do mesmo período de 2024. Esse desempenho reflete uma série de mudanças estratégicas, incluindo controle de custos, eficiência operacional e um impacto positivo de R$ 30 milhões do programa fiscal Perse, extinto em março.
Além da reestruturação financeira, outro fator determinante para essa retomada é o modelo híbrido de operação, que reúne os restaurantes das marcas Madero e Jeronimo em um único espaço. Essa estratégia tem se mostrado mais lucrativa, permitindo o atendimento de diferentes públicos e um melhor aproveitamento dos recursos. Como resultado, a receita bruta do grupo atingiu R$ 478 milhões no trimestre, um crescimento de 6,4% em relação ao ano anterior.
O delivery também vem ganhando importância dentro da operação, representando agora 20% do faturamento total. Paralelamente, a empresa aposta em eficiência produtiva para lidar com os custos crescentes, principalmente da carne bovina. A adoção de um moedor importado possibilitou o uso de cortes mais baratos, como o acém, na produção de hambúrgueres, sem comprometer o padrão de qualidade. A margem Ebitda do grupo, que registra o lucro antes de impostos e outras despesas financeiras, subiu de 27,6% para 31,9% em um ano.
Grupo contorna dívidas e registro lucro
No campo financeiro, a empresa arrecadou R$ 200 milhões vendendo títulos de dívida no mercado. Com isso, conseguiu estender o prazo para pagar seus empréstimos para 2,5 anos e aumentar o dinheiro disponível em caixa, que chegou a R$ 378 milhões em março. Apesar de ter aumentado sua dívida em relação ao próprio patrimônio, os níveis ainda são baixos — bem diferentes de 2020, quando a empresa estava muito endividada e precisou renegociar com os bancos.
Com as finanças mais ajustadas, o Madero prevê a abertura de 15 a 20 unidades em 2024 e pelo menos mais 20 no ano seguinte, consolidando sua retomada. A empresa segue buscando novas formas de financiamento para diminuir riscos e alongar o prazo de suas dívidas. Ao mesmo tempo, mantém sua estratégia de concentrar a produção na fábrica de Ponta Grossa (PR), o que ajuda a padronizar os produtos, controlar melhor os ingredientes e aumentar a eficiência.
A nova fase do Madero não representa apenas a recuperação de uma empresa, mas também aponta para tendências que ganham força no setor de alimentação: crescimento baseado em eficiência operacional, maior sinergia entre marcas e adaptação às novas preferências do consumidor.
Setor de alimentação mantém crescimento em 2025, mas projeções indicam cautela
Após um desempenho expressivo em 2024, quando registraram alta de 16,1% no faturamento e movimentaram mais de R$ 46 bilhões, as franquias de food service seguem em expansão no Brasil. O dado foi divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e reflete o fortalecimento de modelos voltados ao consumo fora do lar, como restaurantes, lanchonetes e serviços de delivery — formatos que têm se adaptado bem às novas demandas dos consumidores, sobretudo com o uso de tecnologia e canais híbridos de venda.
Para 2025, no entanto, o cenário aponta para um crescimento mais moderado. A ABF projeta uma expansão entre 8% e 10% no faturamento do setor de franquias como um todo, diante de fatores como instabilidades geopolíticas e pressão inflacionária, que podem impactar o poder de compra da população. Ainda assim, o setor segue como um dos motores do franchising nacional.
Inflação pode prejudicar franquias de alimentação
A inflação acumulada de 5,48% nos últimos 12 meses mudou o comportamento dos consumidores. Segundo pesquisa Datafolha, 58% das pessoas estão comprando menos comida, 61% evitam comer fora e quase metade cortou o café. Além disso, o aumento da taxa de juros para 14,25% encareceu o crédito e reduziu ainda mais o consumo.
As franquias de alimentação enfrentam desafios para manter lucro e atratividade. A saída tem sido ajustar cardápios, buscar fornecedores mais eficientes, reformular combos e investir no delivery e em promoções.
O Madero também precisou se adaptar à inflação e às mudanças no consumo. A empresa cortou custos, substituindo carnes mais caras por opções mais baratas nos hambúrgueres, e reforçou o modelo de lojas híbridas para aumentar o público sem elevar despesas. Essas medidas ajudam a manter as margens e o ritmo de expansão mesmo com um mercado mais difícil.
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