Quem disse que o setor de franquias não anda alinhado com o que se propõe o mercado desconhece totalmente o ambiente varejista. A moda circular nas franquias chegou trazendo oportunidade e negócios em formatos diferentes. Para isso é importante conhecer um pouco desse negócio antes de tomar qualquer decisão. Bora entender o que está acontecendo?
A primeira vez que o termo “moda circular” apareceu foi na primavera de 2014, quando o tema sustentabilidade estava presente na pauta de agendas políticas e ambientais na Europa. Uma das precursoras foi Anna Brismar, chefe e dona da empresa de consultoria sueca Green Strategy, que o apresentou em um projeto para organizar um evento sobre moda sustentável em Estocolmo, além da equipe de sustentabilidade da cadeia de lojas, também sueca, H&M.
O conceito de moda circular baseia-se nos princípios da economia circular e que englobam preservar e aumentar o tempo de vida de marcas e de produtos e que acabam fortalecendo o uso da moda consciente que questiona a maneira em que as roupas são feitas, usadas e reutilizadas.
De lá para cá, o termo vem ganhando mais força e repercussão e tem sido um canal importante no varejo brasileiro. A indústria têxtil é a segunda mais poluente do planeta, responsável pela emissão de 10% de emissões de carbono na atmosfera, além de gerar uma grande quantidade de resíduos.
Ela vem enfrentando sérios problemas ambientais, que além do carbono, envolve desperdício de água (uma calça jeans gasta aproximadamente 3.400 litros de água para ser confeccionada), de energia e produtos químicos no processo de produção de fibras.
E como as franquias entraram nessa?
Um mercado com milhões de possibilidades. Ainda é um mercado começando, mas quem está nele demonstra resultados interessantes e apontam que o caminho é muito interessante. De acordo com os dados da revista Mercado e Consumo desde o começo de 2021, 6,7 mil lojas que comercializam esses itens foram abertas no País.
Um mercado que atua para quem busca produtos mais baratos e quem quer ter renda extra com eles, o comércio de usados cresceu no ambiente de inflação em disparada, abrindo também oportunidades para pessoas que perderam o emprego e não queriam ficar à toa.
Outro ponto relevante é que cada brechó possui diferentes despesas e características, por isso o lucro desse tipo de negócio é algo que pode variar bastante. Porém, como as peças vendidas costumam ter um custo mais baixo, afinal, elas não são mais utilizadas, é possível atingir uma margem de lucro considerável, próxima ou até mesmo superior a 20%.
Pequenos negócios impulsionam o setor de usados
De acordo com a pesquisa feita em diversas juntas comerciais no Brasil, praticamente (88%) são de microempreendedores individuais (MEIs), categoria na qual, muitas vezes, o empreendedorismo é motivado pela necessidade – como é o caso de pessoas que abriram negócios próprios porque não conseguiram voltar para o mercado de trabalho ou precisaram de um complemento de renda.
Para Silmaria Marques, 34 anos, o brechó Cravo com Canela, aberto na garagem do ex-sogro em Itaquera, na zona leste de São Paulo, é uma forma de garantir uma renda extra para a família. Ela divide o seu tempo entre o trabalho fixo de assistente de imigração e o sonho de comercializar roupas de segunda mão. “Eu sempre amei compras em brechó, não só pelo custo, que é muito menor do que dos novos, mas pela exclusividade das peças que você consegue garimpar”, diz Silmaria.
Profissionalização do setor
A busca por negócios acabou profissionalizando o setor. Assim nasceram alguns portais de comercialização e divulgação. Muitos dos pequenos negócios criados em garagens ou locais regionais precisavam de um apoio para divulgar a marca e ampliar a capacidade de venda. Assim nasceu a Enjoei.
A Enjoei é uma plataforma digital para compra e venda de produtos usados e o seu número de usuário triplicou em plena pandemia. Os mais de 10 anos de mercado levaram a companhia a se dedicar ao crescimento e expandir. Como resultado, ela estreou na bolsa em 2020 e vem chamando a atenção desde então. Muitos brechós que estão espalhados por bairros utilizam a plataforma para dar visibilidade aos seus produtos.
Outras maneiras de participar da moda circular
Doe ou venda suas roupas
Se tiver peças em bom estado que não usa mais, doe para instituições de caridade ou venda em plataformas online. Dessa forma, outras pessoas poderão utilizá-las e você pode ganhar algum dinheiro extra.
Repare e renove
Antes de descartar uma peça por causa de um pequeno defeito, considere repará-la. Você pode renovar peças antigas com ajustes simples, como mudança de botões ou tingimento, e criar propostas novas ao melhor estilo handmade, ou como o próprio nome sugere tenha produtos personalizados.
Conheça algumas Franquias de Brechó
Hoje quem decide começar um negócio com o conceito de moda circular, já pode começar a pesquisar. Terá que sentar e escolher qual combina com o seu perfil. São diversas opções espalhadas pelos 4 cantos de todo país. Algumas opções podem encher os olhos dos empreendedor inicial. Por isso selecionamos algumas marcas para que possa conhecer, entender e pesquisar mais sobre esse mercado.
Peça Rara Brechó
- Investimento: a partir de R$ 400.000,00
- Retorno: 18 a 24 meses
- Faturamento médio Estimado: R$ 190.000,00
- Formato: Loja de rua
Agora é meu
Criada para ser acessível e levar mais a ideia da moda circular. A franquia foi formatada para ser prática e direta. A Nanofranquia Brechó Bag traz uma mala personalizada, já com estoque inicial, pelo valor de R$ 5.900 mil. O diferencial do modelo é não que não tem a cobrança de royalties e taxa de publicidade, e por isso tem um prazo de retorno em até três meses e um faturamento estimado em R$ 5 mil.
O outro modelo da franquia conta com lojas com área de aproximadamente 80m², terão o investimento inicial superior a de R$ 180.000 mil, já incluso a taxa de franquia, instalações, equipamentos de TI e estoque inicial. O faturamento estimado é de R$ 50 mil, com uma lucratividade de 20%.
Giralook
- Investimento total: a partir de R$ 246 mil
- Faturamento médio: aprox. R$ 1 milhão / ano
- Lucratividade média: 30%
- Retorno do investimento: aprox. 16 mese
Cresci e Perdi
A velocidade de crescimento das crianças sempre foi um grande dilema para os pais. Como crescem rápido as peças acabam sendo pouco usadas. Para ampliar esse tempo de vida da peça, a franquia Cresci e Perdi desenvolveu um modelo e hoje está em mais de 300 cidades em 25 estados pelo país.
- Investimento total: a partir de R$ 167 mil
- Faturamento médio: aprox. R$ 1 milhão / ano
- Lucratividade média: em média 35%
- Retorno do investimento: entre 10 e 24 meses
Joaninha
A marca foi pioneira na criação de um brechó infantil em Belo Horizonte, capital mineira e hoje está sendo pesquisada por diversas empresas aceleradoras para crescer ainda mais rápido. O diferencial da marca é que vendem suas peças ou fazem trocas. São mais de 32 franqueados espalhados nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.
- Investimento total: a partir de R$ 195 mil
- Faturamento médio: aprox. R$ 1 milhão / ano
- Lucratividade média: a partir de 25%
- Retorno do investimento: em até 20 meses,
O que ficou claro nas pesquisas que fizemos que existem itens comuns a todos e claro produtos que não são aceitos em hipótese nenhuma. Roupas íntimas usadas não são aceitas. Camisas com bolinhas, também não. A ideia não é repassar aquilo que não serve mais para você usar e sim repassar os produtos que podem ser usadas e aproveitadas por outras pessoas por um Shelf Life maior. Ah para quem não tá acostumado, o termo shelf life é usado no setor de alimentação para tratar a validade de produtos. No mundo da moda o termo, pouco usado, designa a ampliação de tempo de validade de uso do produto.
O importante é pesquisar e descobrir qual o modelo combina com o seu perfil. São muitas franquias prontas para a expansão. Mas caso não tenha o recurso todo, estude, analise e estruture um formato que atenda suas necessidades. O mais importante é empreender e fortalecer o comercio varejista regional.
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