Você está no labirinto dos tributos. Cada corredor representa um imposto, uma regra, um prazo. Um caminho errado pode significar pagar mais do que deveria ou enfrentar multas inesperadas. Mas calma! Com um bom mapa e algumas estratégias, você pode atravessar esse labirinto sem tropeços.
Agora, você pode estar se perguntando: “O que isso tem a ver comigo, que só faço compras na mercearia do bairro ou no supermercado da cidade grande?”
A resposta é simples: tudo.
Os impostos pagos pelos negócios impactam diretamente o preço do pão que a Dona Maria compra na mercearia da esquina e o valor da conta do Seu João no supermercado da capital. A escolha do regime tributário de uma empresa define o quanto ela paga de impostos e, consequentemente, o quanto repassa aos consumidores.
Dona Maria e a mercearia do bairro: Seu José, dono da mercearia, está no Simples Nacional. Isso facilita sua vida, pois ele paga menos impostos e consegue vender produtos com preços um pouco mais acessíveis. Mas, se os impostos aumentarem ou ele for obrigado a mudar para um regime mais caro, pode ser que o preço do leite e do café subam para Dona Maria.
Seu João e o supermercado da cidade grande: Diferente da mercearia, o supermercado onde Seu João faz compras é uma empresa maior, no Lucro Real. Isso significa que ele paga impostos sobre o lucro efetivo e pode ter mais benefícios fiscais. Mas, se houver mudanças na tributação, como o fim de isenções para certos produtos, os preços do arroz e do feijão podem aumentar.
Ou seja, o sistema tributário não afeta apenas os empresários, mas o bolso de todo mundo! Agora que entendemos isso, vamos direto ao ponto: em 2025, os três principais regimes tributários para empresas no Brasil continuam sendo Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. A escolha certa pode fazer toda a diferença na saúde financeira do negócio e no preço dos produtos que chegam até você.
Além disso, a tão falada reforma tributária começou a tomar forma e pode mudar ainda mais esse cenário. Vamos entender como cada regime funciona e quais são as vantagens e desafios de cada um?
As Mudanças Tributárias Previstas pelo Governo
O governo está implementando uma série de mudanças tributárias que podem impactar diretamente os pequenos empresários. Essas mudanças visam simplificar o sistema tributário, mas também trazem novos desafios e oportunidades.

Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay
Início da Cobrança dos Novos Impostos:
A partir de 2025, novos impostos como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo (IS) começarão a ser cobrados. O IBS substituirá o PIS, COFINS, ICMS e ISS, unificando esses tributos em um único imposto. Já o IS será cobrado sobre produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas.
Como Isso Pode Melhorar a Vida dos Pequenos Empresários:
- Simplificação: A unificação de impostos pode reduzir a burocracia e facilitar o cumprimento das obrigações fiscais.
- Redução de Custos: Com menos impostos para calcular e pagar, os pequenos empresários podem economizar tempo e dinheiro.
- Transparência: O novo sistema promete ser mais transparente, permitindo que os empresários entendam melhor onde estão gastando com impostos.
Como Isso Pode Afetar a Vida dos Pequenos Empresários:
- Ajustes Necessários: As empresas precisarão se adaptar às novas regras, o que pode exigir investimentos em sistemas e treinamentos.
- Possíveis Aumentos de Custos: Dependendo da atividade, alguns setores podem ver um aumento na carga tributária.
- Incertezas: A transição para o novo sistema pode gerar dúvidas e inseguranças, especialmente nos primeiros meses.
Grandes Dificuldades Encontradas para Entender o que Vai Mudar:
- Complexidade do Novo Sistema: Apesar da promessa de simplificação, o novo sistema ainda é complexo e exige um bom entendimento das novas regras.
- Falta de Informação: Muitos pequenos empresários ainda não têm acesso a informações claras e detalhadas sobre as mudanças.
- Necessidade de Apoio Profissional: A adaptação ao novo sistema pode exigir a contratação de contadores e consultores especializados, o que pode representar um custo adicional.
Simples Nacional: O Caminho Descomplicado para Pequenos Negócios
O Simples Nacional é como aquela estrada bem sinalizada e de fácil acesso. Criado para facilitar a vida dos pequenos empresários, ele unifica vários impostos em uma única guia de pagamento, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
Como Funciona?
A tributação no Simples é calculada com base no faturamento anual da empresa, com alíquotas que variam entre 4% e 33%, dependendo do tipo de atividade.
Exemplos de alíquotas em 2025:
- Comércio: de 4% a 19%.
- Indústria: de 4,5% a 30%.
- Serviços: de 6% a 33% (algumas atividades pagam mais).
Pontos Positivos:
✅ Simplicidade: Um único pagamento mensal unifica tributos federais, estaduais e municipais.
✅ Carga tributária reduzida: Em muitos casos, o Simples é mais vantajoso do que outros regimes.
✅ Menos burocracia: Contabilidade mais simplificada.
Pontos Negativos:
❌ Limite de faturamento: Empresas que faturam acima de R$ 4,8 milhões por ano precisam mudar de regime.
❌ Alíquotas altas para serviços: Algumas categorias, como consultorias, podem pagar mais imposto do que outros regimes.
Impacto para o consumidor:
Se a mercearia do Seu José conseguir se manter no Simples Nacional, os preços para Dona Maria continuam mais acessíveis. Mas, se ele for obrigado a migrar para outro regime, pode precisar aumentar os preços para cobrir os impostos extras.
Lucro Presumido: O Meio-Termo entre Simplicidade e Benefício Fiscal
Se o Simples Nacional é uma estrada reta, o Lucro Presumido é um caminho mais estratégico, indicado para empresas que cresceram, mas que não querem lidar com a complexidade do Lucro Real.
Como Funciona?
Aqui, a Receita Federal presume uma margem de lucro com base na atividade da empresa e aplica impostos sobre esse valor.
Exemplos de margens de lucro presumido:
- Comércio: 8% do faturamento.
- Indústria: 8% do faturamento.
- Serviços: 16% a 32% do faturamento.
Com base nessa margem, são calculados os tributos:
- IRPJ: 15% sobre o lucro presumido (com adicional de 10% sobre lucros acima de R$ 20.000/mês).
- CSLL: 9% sobre o lucro presumido.
- PIS: 0,65% sobre o faturamento.
- COFINS: 3% sobre o faturamento.
Pontos Positivos:
✅ Carga tributária previsível: Como o lucro é presumido, a empresa sabe antecipadamente quanto pagará de impostos.
✅ Menos complexidade que o Lucro Real: A contabilidade é mais simples do que no Lucro Real, mas ainda exige mais atenção do que no Simples Nacional.
✅ Benefícios fiscais: Empresas com margens de lucro reais maiores que as presumidas podem pagar menos impostos.
Pontos Negativos:
❌ Margens de lucro presumidas podem ser altas: Se a empresa tiver uma margem de lucro real menor que a presumida, pode acabar pagando mais impostos do que deveria.
❌ Não é tão simples quanto o Simples Nacional: Exige uma contabilidade mais detalhada e pode não ser vantajoso para empresas com margens de lucro muito baixas.
Impacto para o consumidor:
Se o supermercado do Seu João estiver no Lucro Presumido e a margem de lucro da loja for maior do que a Receita Federal presume, ele pode pagar menos impostos e manter os preços estáveis. Mas, se os custos aumentarem, ele pode precisar repassar parte disso para os clientes.
Lucro Real: O Regime das Grandes Empresas e Negócios de Alta Margem
O Lucro Real é como uma trilha cheia de desafios, mas que pode levar a um destino mais vantajoso para negócios de grande porte.
Como Funciona?
O imposto é calculado sobre o lucro efetivo da empresa, com alíquotas semelhantes às do Lucro Presumido:
- IRPJ: 15% sobre o lucro real (com adicional de 10% sobre lucros acima de R$ 20.000/mês).
- CSLL: 9% sobre o lucro real.
- PIS e COFINS: Alíquotas de 1,65% e 7,6% no regime não cumulativo, mas com direito a créditos fiscais.
Pontos Positivos:
✅ Justiça tributária: A empresa paga impostos apenas sobre o lucro real, o que pode ser vantajoso para negócios com margens de lucro variáveis.
✅ Créditos fiscais: No regime não cumulativo, a empresa pode aproveitar créditos de PIS e COFINS, reduzindo a carga tributária.
✅ Ideal para grandes empresas: Empresas de grande porte, com operações complexas e margens de lucro elevadas, podem se beneficiar desse regime.
Pontos Negativos:
❌ Complexidade: A contabilidade é mais detalhada e exige um controle rigoroso das finanças da empresa.
❌ Custos administrativos: A necessidade de uma contabilidade mais sofisticada pode aumentar os custos operacionais.
❌ Risco de pagar mais impostos: Se a empresa tiver lucros elevados, pode acabar pagando mais impostos do que em outros regimes.
Impacto para o consumidor:
Se o supermercado do Seu João estiver no Lucro Real e tiver prejuízo em um mês, ele pode pagar menos impostos, o que ajuda a manter os preços. Mas, se as regras mudarem ou os custos subirem, ele pode acabar repassando parte dessa conta para os consumidores.
Modelo de Franquias: Qual o Regime Mais Comum e Por Que é Usado?
O modelo de franquias é muito popular no Brasil, especialmente para quem deseja empreender com um negócio já consolidado no mercado. As franquias operam sob diferentes regimes tributários, dependendo do tamanho e do faturamento da empresa.
Regime mais comum: O Simples Nacional é o regime mais utilizado por franquias de pequeno porte, especialmente aquelas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. Isso porque o Simples oferece uma carga tributária reduzida e menos burocracia, o que é ideal para franqueados que estão começando e precisam de simplicidade na gestão financeira.
Por que é usado?
- Facilidade de gestão: O Simples Nacional permite que o franqueado foque mais no negócio e menos na burocracia tributária.
- Custos menores: A carga tributária reduzida ajuda a manter os custos operacionais mais baixos, o que é essencial para franquias que estão em fase de expansão.
- Acesso a crédito: Muitas instituições financeiras oferecem linhas de crédito especiais para empresas no Simples Nacional, o que pode ser vantajoso para franqueados que precisam de capital para investir no negócio.
No entanto, franquias de maior porte, especialmente aquelas que faturam acima do limite do Simples Nacional, podem optar pelo Lucro Presumido ou Lucro Real, dependendo da margem de lucro e da complexidade das operações.
Escolha o Melhor Caminho para Seu Negócio
Os tributos não afetam apenas os empresários, mas também o bolso de cada consumidor. Saber como cada regime funciona permite que negócios se organizem para pagar menos impostos dentro da lei e manter seus preços mais competitivos.
Com a reforma tributária em andamento, é essencial acompanhar as mudanças e se preparar para o futuro. O Simples Nacional continua sendo a melhor opção para pequenos negócios, o Lucro Presumido pode ser interessante para empresas que não querem complexidade, e o Lucro Real é o regime ideal para grandes companhias.
No jogo dos tributos, conhecimento é poder!
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