Home Negócios/GestãoO dilema da Inteligência Artificial

O dilema da Inteligência Artificial

Jensen Huang e Marcel Nobre alertam para os custos energéticos e térmicos da inteligência artificial para o varejo

por Redação
0 comentários
banner
O dilema da Inteligência Artificial

As ações da NVIDIA subiram mais de 4% e fecharam em novo recorde, consolidando a empresa como a mais valiosa do mundo — avaliada em US$ 3,77 trilhões, à frente de Apple e Microsoft. A escalada da companhia está diretamente ligada ao boom da Inteligência Artificial Generativa, como o ChatGPT, além da sua forte presença nos mercados de games e veículos autônomos. Mas como bem pontua o pesquisador Marcel Nobre, o sucesso da IA também traz desafios críticos de sustentabilidade e infraestrutura que precisam ser enfrentados com urgência.

Em suas falas recentes, Jensen Huang, CEO e fundador da NVIDIA, tem sido categórico: “Superaquecimento e consumo de energia são os maiores desafios do futuro da IA.” À medida que os chips ficam mais potentes, o aquecimento se intensifica — o que exige enormes gastos em resfriamento e aumenta o consumo energético. É uma equação que, se não for repensada, pode comprometer o avanço sustentável da tecnologia.

Marcel Nobre, pesquisador, palestrante e empreendedor brasileiro, fundador da BetaLab e professor em instituições como HSM, StartSe, Singularity e FIA Business School. Com MBA pela FIA/USP e especializações em Inteligência Artificial, Metaverso e Neurociência, ele atua como mentor de startups e é uma das principais vozes nacionais na discussão sobre o impacto da IA na sociedade e nos negócios. reforça esse alerta, destacando que esse problema não é novo: na computação quântica, por exemplo, os chips precisam operar em temperaturas próximas de zero absoluto. E o mesmo acontece agora com as GPUs de IA. Como explica Marcel:

“Quando vemos um computador que parece um lustre quântico, na verdade, aquilo é um equipamento para tentar resfriar o chip. O problema é que estamos gastando energia para combater algo que já gasta energia, o que não faz muito sentido.”

Outro ponto trazido por Marcel é que gerar uma imagem com IA consome a mesma energia que carregar completamente a bateria de um celular. E esse uso desenfreado da IA exige que governos e empresas pensem em soluções estruturais — como o uso inteligente de água para refrigeração e otimização de consumo.

banner

Huang também reconheceu perdas relevantes no mercado chinês, estimando que a empresa está abrindo mão de um mercado de US$ 50 bilhões, além de ter sido impactada pelas restrições dos EUA à venda de seus chips mais avançados. Ainda assim, a NVIDIA permanece no topo, e o mercado segue apostando em suas inovações — mesmo com os desafios.

Nesse contexto, o Brasil aparece como uma potência estratégica para os próximos anos. Como destaca Marcel Nobre, o plano do governo, liderado pelo ministro Fernando Haddad, de atrair até R$ 2 trilhões em investimentos em infraestrutura sustentável, mira justamente na construção de data centers — aproveitando nossa abundância de água para resfriamento e fontes de energia limpa. Já há, inclusive, exemplos no exterior, como servidores submersos no fundo do mar na China, que buscam lidar com esse mesmo problema.

A boa notícia, segundo Marcel, é que tecnologias de reaproveitamento de água e eficiência energética já estão ajudando empresas como a própria NVIDIA a manterem seus lucros altos, mesmo diante dos custos operacionais crescentes. Mas é preciso ir além: otimizar o uso de IA, evitar desperdícios e repensar como utilizamos essa tecnologia em escala global.

Tanto Huang quanto Marcel Nobre tem ideias complementares sobre o assunto. Huang diz que “Não se trata apenas de construir chips melhores. É preciso repensar toda a cadeia que os sustenta.” e Nobre conclui reforçando que “Precisamos ter uma discussão séria sobre o uso da IA e sua sustentabilidade. O Brasil pode liderar esse movimento.”

E por que isso importa para o varejo?

Simples: a IA está sendo cada vez mais usada por empresas para análise de comportamento de consumo, recomendação de produtos, personalização de campanhas, controle de estoques e automação de atendimento. Se os custos energéticos e estruturais da IA dispararem — ou se não houver infraestrutura adequada no país — o acesso a essas soluções pode se tornar caro ou limitado para pequenos e médios varejistas.

Se você curtiu este conteúdo, compartilhe com seus amigos e familiares e ajude-os a tomar decisões mais informadas ao empreender. Criamos um portal recheado de informações valiosas para te apoiar nesse caminho. Não deixe de nos seguir nas redes sociais: estamos no Instagram, no LinkedIn e no Spotify, onde você pode curtir a nossa Playlist do Empreendedor. Compartilhe e acompanhe a Negócio e Franquia!

banner

Posts Relacionados

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Ler mais