A vocação empreendedora do brasileiro nunca esteve tão em alta e, nos momentos de crise, torna-se ainda mais evidente. No ano de 2020, o Brasil atingiu o maior patamar de empreendedores iniciais dos últimos 20 anos, com aproximadamente 25% da população adulta envolvida na abertura de um novo negócio ou com um negócio de até 3,5 anos de atividade. É o que evidencia dados de uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que aponta o aumento do empreendedorismo inicial, principalmente em períodos de recessão, como os que ocorreram entre os anos de 2008-2009 e entre os anos de 2014-2016. Ainda de acordo com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em um levantamento realizado em 2019, estima-se que existam 53,4 milhões de brasileiros à frente de alguma atividade empreendedora, envolvidos na criação de um novo empreendimento, consolidando um novo negócio, ou realizando esforços para manter um empreendimento já estabelecido.
Para muitos especialistas, empreender não se trata de uma profissão, mas sim de um estilo de vida. E assim como há várias maneiras de levar a vida, há também vários tipos de empreendedores. Trata-se de um perfil pessoal capaz de enxergar o mundo de maneira diferente e identificar oportunidades de atuação. Mas não basta a pessoa ter apenas grandes e mirabolantes ideias, é preciso que ela tenha características que a tornem um verdadeiro empreendedor. É de extrema importância ter iniciativa, proatividade, motivação, liderança, foco, determinação, criatividade, responsabilidade, capacidade de assumir riscos, visão de negócios e um bom networking. Ainda assim, há vários tipos de empreendedor e, dessa forma, para cada perfil de empreendedor existe um perfil de startup sob medida.
As startups, são um modelo de negócio repetível e escalável, sendo empresas que desenvolvem soluções para necessidades específicas do mercado, que se proliferam em velocidade exponencial nos mais diversos segmentos. Durante a pandemia do coronavírus no Brasil, as startups conseguiram crescer em plena recessão justamente por fazer o que esses negócios de base tecnológica sabem fazer melhor: solucionar problemas. No caso, as demandas criadas pela pandemia. De acordo com estudo da ACE, uma aceleradora de negócios de tecnologia de São Paulo, cerca de 15% das startups brasileiras aumentaram as vendas por causa da pandemia. Além disso, de acordo com a Associação Brasileira de Startups, a Abstartups, o Brasil teve no ano de 2020 um crescimento de 27% no número de startups, em relação a 2018, e 20 vezes mais do que em 2011, ano de fundação da Abstartups, que contabilizou apenas 600 negócios à época. Em 2019, o país teve startups alcançando, pelo segundo ano consecutivo, o tão almejado valor mercado de U$$ 1 bilhão, as chamadas startups unicórnio. E não são apenas esses dados que mostram o caminho promissor das startups em solo brasileiro, segundo um estudo realizado pela consultoria americana McKinsey & Company, entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020, o Brasil se tornou um dos principais polos de inovação e um forte candidato para abrigar mais startups bilionárias nos próximos anos. Conforme mostra o estudo, as startups brasileiras estão se tornando bilionárias em um espaço de tempo menor, devido a uma diminuição no tempo que essas empresas levam para ter 1 milhão de clientes em seus negócios.
Ainda conforme mostra o relatório da McKinsey, houve um aumento considerável no valor e na quantidade de aportes em empresas de tecnologia no Brasil durante a última década. Até 2012, apenas 60 milhões de dólares haviam sido investidos em startups brasileiras por esses fundos de investimento. A cifra se multiplicou por 10 nos anos que se passaram até 2017. Em 2018 os investimentos de venture capital já representavam 1,5 bilhão de dólares ou 0,07% do PIB brasileiro. No ano seguinte, 2018, 2,4 bilhões de dólares e 0,12% do PIB.
Desse modo, com a escalada das startups, e as perspectivas otimistas para o setor, diversos tipos de perfis de empreendedores começaram a surgir no mercado, como por exemplo, o Empreendedor Social, o Empreendedor Inovador, o Empreendedor Tradicional, o Empreendedor Informal e o Empreendedor Franqueado. Para um melhor entendimento de cada perfil, é necessário detalhar um por um, de forma simples, clara e objetiva.
O Empreendedor Social, é aquele engajado com a mudança social e causas humanitárias. Além disso, seu perfil é caracterizado pela disposição, resolução de problemas, proatividade e empatia.
Já o Empreendedor Inovador, é aquele que possui uma visão ampla e diversificada, que sempre enxerga uma oportunidade nas mais diversas situações, identificando de longe as novas necessidades que o mercado possui.
Também chamado de conservador, o Empreendedor Tradicional é o perfil ideal para quem quer abrir o próprio negócio, mas sem se expor a grandes riscos. As principais áreas de atuação são franquias de grandes empresas e negócios onde há demanda constante da população. Esse perfil de profissional gosta de ter os pés no chão, fazer a própria gestão de tempo, calcular os riscos com muita cautela e se apoiar em processos que já foram testados e comprovados por outros empreendedores.
Contrariamente ao perfil do Empreendedor Tradicional, temos o Empreendedor Informal, aquele que trabalha por conta própria, mas sem a aquisição de um CNPJ, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. O Empreendedor Informal é uma pessoa com o sonho de abrir seu próprio negócio, mas que não tem muita experiência no ramo. Um exemplo claro desse tipo de perfil empreendedor são os ambulantes.
E por último, temos o Empreendedor Franqueado, aquele que faz crescer um negócio do qual já existe um modelo pré-determinado (a franquia). Ou seja, ele adere a um plano de negócio que já contém marca e produto desenvolvidos. Para levantar esse negócio, o empreendedor franqueado aplica um dinheiro de investimento, escolhe o local para a franquia e trabalha com um planejamento, a fim de fazer o negócio lucrar.
O empreendedor franqueado, vem ganhando cada vez mais espaço, visto que as franquias, – negócio cujo modelo de operação é copiado e transferido para outro ponto comercial com autorização de quem detém os direitos e criou aquele modelo inicial -, são uma grande aposta do meio das startups, por possuir uma maior segurança jurídica e por ter 4 vezes mais chances de obter o tão desejado sucesso, segundo dados do SEBRAE. As franquias têm diversos benefícios para quem deseja começar a empreender, ter independência financeira e qualidade de vida, além de ser uma opção que oferece baixos riscos, por ser um modelo de negócio pronto e já testado. Ao investir em franquias, o franqueado vai usar a marca e poderá vender o produto ou serviço concedido pelo franqueador, que é o dono da empresa. A partir disso, o empreendedor vai desenvolver as atividades de uma nova filial. É importante que o franqueado mantenha os padrões e siga o plano de negócio da franquia para ter crescimento e resultados de sucesso.
Frente a isso, o futuro do mercado de franquias no Brasil vem se tornando a cada dia mais promissor e procurado por empreendedores. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no ano de 2019, o setor obteve um crescimento de 6,9% no faturamento. O número é seis vezes maior que o aumento do PIB brasileiro no mesmo período, que foi de 1,1%.