Home EmpreendedorismoPor que algumas modas alimentícias passam e outras ficam?

Por que algumas modas alimentícias passam e outras ficam?

Depois da febre, poucos resistem. A American Cookies é um dos raros casos de consolidação de um produto viral

por Gabriel Molnar
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Paletas mexicanas, cupcakes e, mais recentes, sobremesas com pistache. O setor de alimentação tem histórico de modas repentinas: produtos que explodem em popularidade, ocupam espaços em shoppings e redes sociais, e desaparecem com a mesma velocidade com que surgiram. Mas por que algumas dessas modas viram negócios sustentáveis, enquanto outras se perdem com o tempo?

O caso da American Cookies ajuda a entender esse fenômeno. Criada em 2015 pela ex-servidora pública Francielle Faria e seu marido, Rafael, a marca surgiu quase como um experimento informal. “A gente queria só uma renda extra”, contou Francielle, relembrando o início da operação, feita no apartamento do casal, em Brasília. O produto ainda era pouco difundido no Brasil e era vendido congelado, para amigos e vizinhos.

Do congelador doméstico ao delivery, e do delivery à fábrica: a virada veio dois anos depois, quando a American Cookies entrou em aplicativos de entrega. “O que a gente vendia em um mês, começou a vender em um dia”, lembra. A escala foi descoberta primeiro com dark kitchens e depois com lojas físicas, chegando à formatação de franquias, que hoje somam 70 operações espalhadas pelo país.

Por que o cookie ficou?

A rápida expansão inicial remete a outras febres recentes. As paletas mexicanas, por exemplo, chegaram ao Brasil em 2014, viraram um fenômeno de verão e, no auge, levaram dezenas de marcas a abrirem centenas de pontos de venda. Poucos anos depois, o modelo havia se esgotado. Os cupcakes seguiram trajetória parecida, com forte apelo visual, mas dificuldade em sustentar a recorrência de consumo.

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A American Cookies, por outro lado, parece ter atravessado o ciclo da moda e entrado em um estágio de consolidação. “A gente viveu esse receio, sim”, reconhece Francielle. “Poderia ter sido uma paleta mexicana. Mas o tempo está aí para mostrar que não foi.”

Segundo ela, um dos principais fatores para o sucesso da marca foi a adaptação do produto ao paladar brasileiro. “A gente abrasileirou o produto. Recheamos com brigadeiro, cocada baiana, colocamos chocolates como Kinder Bueno e Kit Kat. Quando a gente une o cookie americano com o que o brasileiro gosta, a gente conquista o paladar”, explica.

Essa fusão de referências internacionais com ingredientes locais também contribuiu para dar ao produto um caráter menos efêmero. Diferente das modas gourmetizadas que miram um público nichado, os cookies da marca passaram a fazer parte da rotina. “Lá nos Estados Unidos, se consome cookie como aqui se consome pão francês. Aqui, o produto está se tornando parte do dia a dia.”

Expansão sem perder o foco

Ao contrário de muitas marcas que tentam diversificar para escapar da queda de relevância, a American Cookies afirma que continuará dedicada exclusivamente aos cookies. “Continuaremos no produto. Mas não no produto de moda”, resume Francielle. “Somos cookie. Só cookie.”

No franchising, o objetivo da empresa é ambicioso: alcançar 150 unidades no Brasil nos próximos cinco anos e se tornar o maior player global do segmento. A estratégia, segundo Francielle, continuará baseada na adaptação de sabores ao público de cada região, como cookies com brigadeiro de queijo para agradar o paladar mineiro, sem abrir mão do foco.

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