A classe média brasileira está sendo silenciosamente destruída. E o pior… ninguém fala sobre isso. Ela não aparece nos discursos políticos, não é foco das políticas públicas, e tampouco é defendida por quem deveria entender que sem ela, o país não anda.
A classe média é quem trabalha, empreende, consome, paga impostos, movimenta o comércio local, sustenta serviços privados e ainda tenta manter um padrão de vida digno. Mas está sendo espremida por todos os lados.
No varejo, o consumidor médio perdeu poder de compra. Produtos básicos subiram, crédito encareceu, e o parcelamento virou armadilha.O pequeno comerciante, que depende desse público, vê o movimento cair — porque vender para quem está sem dinheiro e sem crédito é como tentar abastecer um carro sem combustível.
No mercado de veículos, o financiamento virou obstáculo: juros altos, entrada exigente, prazos curtos. O carro popular já não é tão popular, e o usado está inflacionado. Resultado? Gente que precisa do carro para trabalhar está ficando a pé.
Na habitação, o sonho da casa própria virou pesadelo. O Minha Casa Minha Vida atende a base, o mercado de luxo atende o topo, e o meio… está vazio.
Imóveis de padrão intermediário somem dos lançamentos, porque não há demanda qualificada — e não há demanda porque não há crédito acessível. E na vida cotidiana, manter o padrão virou um desafio: escola, saúde, alimentação, lazer básico. Tudo subiu. E o salário? Estagnado. O brasileiro médio está cortando onde pode, e mesmo assim, não sobra.
Quem paga essa conta?
A classe média. Sempre ela. Sem subsídio, sem isenção, sem programa específico. Mas com boleto, com imposto, com responsabilidade. E ainda ouve que “não precisa de ajuda”. A verdade é que o Brasil está virando um país de extremos: quem tem muito, consome com folga; quem tem pouco, recebe assistência. E quem está no meio… sustenta tudo, mas não recebe nada.
Não existe solução mágica, mas há caminhos.
O crédito habitacional precisa ser reformulado para incluir imóveis de padrão intermediário, com taxas mais acessíveis e menos burocracia. O varejo local precisa de incentivo, com linhas de crédito específicas para comerciantes que atendem a classe média. A carga tributária sobre consumo precisa ser revista, especialmente em produtos essenciais e serviços básicos. E as empresas, por sua vez, podem criar produtos com real valor agregado, sem mirar apenas o topo ou a base.
Na vida pessoal, educação financeira é urgente. Entender juros, renegociar dívidas, evitar parcelamentos longos, consumir com consciência. Fortalecer redes de apoio, compartilhar recursos, buscar alternativas locais. São passos pequenos, mas que ajudam a resistir.
O Brasil precisa parar de tratar a classe média como invisível. Porque quando o meio colapsa, não há sustentação para os extremos. E sem classe média forte, não há comércio forte, não há economia vibrante, não há país equilibrado. Está na hora de colocar esse tema no centro do debate. Não como reclamação, mas como alerta. Porque quem sustenta o Brasil merece ser ouvido — e valorizado.
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