Home EmpreendedorismoAs empresas estão prontas para adaptar a jornada do consumidor à nova Reforma Tributária?

As empresas estão prontas para adaptar a jornada do consumidor à nova Reforma Tributária?

Especialista alerta que a mudança vai além dos números e exige repensar a comunicação em todos os pontos de contato com o cliente

por Redação
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O avanço da regulamentação da Reforma Tributária no Congresso acendeu um alerta importante para o mercado: com a entrada em vigor do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), empresas precisarão mais do que se adequar à nova estrutura fiscal — será necessário repensar toda a jornada de compra do consumidor, do preço na vitrine ao pós-venda.

A proposta de regulamentação, entregue ao Legislativo em abril, já prevê regimes específicos para setores como saúde, educação e combustíveis. Mas enquanto os holofotes se voltam para esses nichos, uma transformação silenciosa ganha força: a necessidade de adaptar a linguagem da precificação em todos os canais de venda, principalmente no e-commerce e varejo físico.

“As empresas terão que rever etiquetas, cardápios, anúncios digitais, sistemas de checkout e até contratos. O que está em jogo não é só a conformidade fiscal, mas o relacionamento com o consumidor e a proteção legal contra práticas abusivas”, afirma Débora Farias, advogada especialista em Direito Empresarial e do Consumidor.

A advogada destaca que a nova lógica de tributação ‘por fora’, onde os impostos são informados de maneira destacada ao cliente, pode gerar confusão caso a comunicação não seja clara e didática. “As marcas que não se prepararem podem enfrentar não apenas multas e ações judiciais, mas também perda de confiança junto ao seu público”, pontua.

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Mais do que nunca, jurídico, marketing e atendimento ao cliente devem caminhar juntos. A transparência tributária passará a ser uma exigência legal — mas pode se tornar também um diferencial competitivo.

“Empresas que se anteciparem, explicarem de forma simples o novo modelo e treinarem suas equipes, sairão na frente”, completa Débora.

Como as empresas podem se preparar?

A Reforma Tributária não será apenas um ajuste no setor contábil. Ela vai exigir uma reorganização da jornada de compra e da comunicação com o cliente. Para ajudar empresas a se anteciparem aos desafios, a advogada Débora Farias destaca cinco pontos essenciais que devem entrar no radar de quem atua no varejo, na prestação de serviços e no comércio eletrônico:

  1. Atualização de etiquetas, cardápios e vitrines

Com o novo modelo de IVA dual, que destaca os tributos de forma separada, será necessário revisar todos os canais onde o preço é apresentado ao consumidor. Isso inclui:

  • Etiquetas de produtos físicos em loja;
  • Tabelas e cardápios em restaurantes;
  • Expositores em vitrines e displays promocionais.

Empresas que não fizerem essa atualização podem infringir o Código de Defesa do Consumidor, que exige informações claras e ostensivas sobre preços e encargos.

  1. Adequação dos sistemas digitais e de e-commerce

Plataformas de vendas online, aplicativos, marketplaces e gateways de pagamento também precisarão refletir a nova estrutura tributária. Isso envolve:

  • Reconfiguração de sistemas ERP e PDV;
  • Ajuste nos layouts de apresentação de preços;
  • Inclusão de campos que detalhem tributos no checkout.

A transparência digital será um fator decisivo para a experiência do usuário e a confiança na marca.

  1. Integração entre jurídico, marketing e comercial

Não basta que a área jurídica entenda a reforma. A comunicação com o cliente deve ser clara e juridicamente segura, o que exige:

  • Redesenho de campanhas promocionais e anúncios publicitários;
  • Participação do jurídico na construção das mensagens de preço;
  • Acompanhamento próximo do comercial e de quem atua na ponta.

“Essas áreas precisam trabalhar em sintonia. Só assim será possível alinhar a estratégia de comunicação às novas exigências legais e evitar práticas consideradas abusivas”, reforça Débora.

  1. Treinamento das equipes de atendimento

A mudança no modelo de tributação certamente gerará dúvidas por parte dos consumidores. Por isso, vendedores, operadores de caixa, atendentes e até chatbots devem estar preparados para:

  • Explicar de forma didática os novos preços;
  • Responder perguntas sobre os impostos incidentes;
  • Direcionar o consumidor corretamente em caso de divergência.

A capacitação da equipe é também uma estratégia de mitigação de riscos jurídicos.

  1. Ações de comunicação educativa

Além da obrigação legal, há uma oportunidade de diferenciação: marcas que investirem em comunicação clara e educativa sobre os preços podem:

  • Ganhar a confiança do consumidor;
  • Reforçar seu posicionamento ético e transparente;
  • Reduzir conflitos e insatisfação no atendimento.

“Materiais como FAQs, posts explicativos, vídeos curtos e informativos nos pontos de venda ajudam a posicionar a empresa como aliada do consumidor num momento de mudança estrutural”, finaliza Débora.

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