Muitas marcas que podemos ver no passado estão dando sinais de que estão de volta ao mercado. É o caso da Mesbla, da Gradiente e até mesmo do Orkut.
As 3 marcas informaram nesse ano que estão dispostas a voltar ou que já estão atuando de alguma forma no mercado varejista brasileiro. Mas antes de qualquer coisa é importante conhecer um pouco da história de cada uma delas.
A Mesbla
A loja de departamento Mesbla, anunciou seu retorno para vender apenas no modelo digital, já está funcionado a todo vapor. A empresa que faliu há mais de 23 anos, ainda é desconhecida do público mais jovem, entretanto permeia o pensamento do consumidores mais maduros.
Atuou por mais de 80 anos e tinha em seu portfólio venda de móveis, automóveis, lanchas, além de uma financeira. Chegou a atuar no comércio internacional através de uma empresa subsidiária, que tinha filial em Nova York.
Mas não eram apenas os produtos que faziam os olhos do consumidor brilharem, havia também a estrutura dos estabelecimentos. Fundada em 1912 a empresa viveu o seu auge na década de 1980, quando chegou a ter 180 pontos de venda e mais de 28 mil funcionários em todo o Brasil. Encerrou suas atividades em 1999.
Na época o mercado varejista estava passando por uma grande transformação. A dificuldade em compreender o novo momento do mercado, no entanto, foi um dos principais fatores que levaram a empresa à falência. O mesmo aconteceu com marcas como o Mappin, que atuou durante 86 anos em São Paulo. A Mesbla viu o seu modelo de negócio ruir com o surgimento de um novo consumidor, que exigia um atendimento mais especializado, encontrado principalmente em lojas menores instaladas em shoppings centers.
A expansão dos shopping centers nos anos 1980 levou a Mesbla para os centros comerciais, com lojas âncoras, contribuindo para o crescimento do fluxo de clientes nos empreendimentos. Ironicamente, este movimento foi um dos fatores que derrubou a empresa.
Para alguns especialistas, a Mesbla perdeu o foco, as lojas que chamavam atenção de um público com potencial de consumo alto, e com a vontade de ampliar novos consumidores tentou atrair clientes de classes mais baixas e desvalorizou o atendimento ao consumidor.
A empresa ensaiou um retorno em 2009, com a criação de uma loja online, mas não foi para frente. A ambição de um retorno, agora restrito ao e-commerce, se concretizou em 2022.
A gradiente
A Gradiente é outra empresa brasielria que fez muito sucesso na década de 1980 e informou que vai retornar ao mercado. Ela foi fundada em 1964 em São Paulo e teve o boom da marca 10 anos depois. Na década de 1970 a empresa passou de uma pequena empresa para um poderoso grupo do setor de eletroeletronicos. Isso se deu principalmente a 3 fatores importantes:
- a limitação da importação de equipamentos eletrônicos;
- o crescimento econômico brasileiro conhecido como milagre econômico;
- a implantação do pólo manufatureiro da Zona Franca de Manaus.
Até a década de 1980, o foco da empresa foi atender o mercado de produtos de áudio sofisticados. Para isso tinha uma preocupação em equipamentos modulares. Ela não vendia produtos populares , conhecidos na época com 3 em 1.
A aquisição de marcas foi um dos grandes saltos da empresa. Comprou a Garrad em 1978 com o objetivo de exportar os produtos da Gradiente. Em 1979 comprou a Polyvox, que havia sido fundada por ex-funcionários da Gradiente. Os produtos da Polyvox foram direcionados para classe mais popular. Hoje a Gradiente ainda detém a marca, mas não existe nenhum produto da marca no mercado.
Em 1989 a Gradiente comprou a Telefunken, empresa alemã e já não tinha uma grande participação no mercado. Como existia interesse na produção de televisores a aquisição pareceu um excelente oportunidade. A produção da Telefunken foi descontinuada e iniciou-se a produção das televisões Gradiente.
Em 2005 a parceria com a Philco que pertencia ao Grupo Itaú, fez com que a empresa adquirisse essa participação pagando 60 milhões. Mas o objetivo era claro: ampliar o mercado de televisores e DVD´s no país. Juntas as marcas Philco e Gradiente detinham 18% do mercado de teelvisores no país. Essa participação aproximava a indústria brasileira dos líderes de mercado como Philips, LG e Semp Toshiba.
Mesmo com um planejamento que demonstrava funcionar bem, em 2007 a Philco foi vendida a um grupo chinês por 36% do valor da aquisição 2 anos antes A Britânia que teve sua fundação em 1954 no Paraná alugou a marca e produziu os equipamentos até 2017. Neste ano além da saída da Philco houveram outros desafios para a Gradiente que enfrentou problemas financeiros até 2008.
Nesse período além da concorrência mais acirrada, o que derrubou a empresa, foram dois outros fatores: o caixa financeiro da empresa estava apertado e precisavam reduzir o rombo financeiro feito com a venda da Philco. Outro problema foi a falha administrativa que paralisou a empresa no ano de 2007.
Diante de tantos problemas, no final de 2007, a empresa entrou em processo de recuperação e voltou ao mercado brasileiro no primeiro semestre de 2012 ano que começou uma disputa com a Apple pelo nome iPhone. A vitória foi da Apple.
Mesmo diante de tantos desafios, a marca ainda guarda um lado bom no incosciente dos consumidores. O meu primeiro gradiente, um toca fita colorido para crianças, o Atari entre outros foram produtos que tinha por trás a assinatura da Gradiente. A marca estava longe das prateleiras desde 2012, quando havia tentado retornar sem comercializar produtos.
Atualmente a marca informou que vai voltar ao mercado brasileiro, com caixas de som portáteis. O Speaker GSP-100 AQUA é o primeiro da nova linha de áudio da marca. Como nos produtos similares de outros fabricantes, permite conexão com o celular via bluetooth. Tem microfone embutido que possibilita atender telefonemas em viva voz e possui dois alto-falantes de 10W RMS integrados. Dá para conectar caixas de som da marca e tocar a mesma música em ambientes diferentes.
A bateria funciona até doze horas sem tomada e, melhor de tudo, é à prova d’água. Segundo a Gradiente, resiste a até trinta minutos mergulhado em um metro de profundidade. O preço sugerido é de R$ 499.
ORKUT
Outra marca que deu sinais de retorno foi a rede social Orkut. O site oficial do Orkut foi reativado abril deste ano com uma mensagem do seu fundador, o engenheiro turco Orkut Buyukkokten. No anúncio, ele afirma que está construindo algo novo, o que deixa a entender sobre uma possível reativação da extinta rede social do Google, que foi criada em 2004 e durou 10 anos.
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