Home EmpreendedorismoQuando até o Pix entra no jogo político

Quando até o Pix entra no jogo político

Disputa comercial e rivalidade política colocam até o sistema de pagamentos na linha de fogo

por Redação
0 comentários
banner

O Brasil vive um momento em que economia e polarização política se entrelaçam de forma tão estreita que até um sistema de pagamentos como o Pix, símbolo de eficiência e redução de custos, se vê na linha de fogo. A recente crise provocada pelo tarifaço de Donald Trump, com sobretaxa de 50% para produtos brasileiros, escancarou que, entre proteger empresas e manter o jogo eleitoral, o Planalto escolheu uma rota de alto custo para o contribuinte.

O governo Lula anunciou um pacote de R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas, acompanhado de adiamento de impostos, compras governamentais e incentivos fiscais. O nome oficial — “Brasil Soberano” — já entrega que a medida não é apenas econômica, mas também política, um recado direto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à interferência externa atribuída a Trump. É, portanto, um movimento que mistura defesa econômica com posicionamento eleitoral.

O problema é que o custo não é só para os cofres públicos: ele será bancado, no fim das contas, pelo contribuinte. O adiamento de impostos e a criação de linhas de crédito não surgem do nada; significam renúncia fiscal, endividamento ou aumento da carga tributária no futuro. A narrativa de “proteger empregos” é válida, mas pouco se fala sobre atacar o problema na origem: as negociações comerciais e diplomáticas que poderiam reduzir a dependência de mercados hostis.

Por que o Pix foi afetado?

Neste contexto, o Pix virou um bode expiatório. Desde 2020, já poupou mais de R$ 100 bilhões em tarifas. Ele funciona de forma simples e barata porque é operado pelo Banco Central, sem intermediários caros, e processa milhões de pagamentos em segundos. Isso tirou espaço de empresas como Mastercard, Visa e até de big techs que querem oferecer meios de pagamento.

banner

Essa mudança no mercado chamou atenção dos Estados Unidos. O governo Trump abriu uma investigação sobre possíveis práticas “desleais” nos serviços de pagamento no Brasil. O Pix não foi citado diretamente, mas todo mundo sabe que é dele que estão falando. O argumento usado é que, por ser criado e operado pelo governo, o Pix poderia estar “distorcendo” a concorrência. Na prática, ele só deu ao consumidor um serviço mais barato e eficiente.

Impacto direto no caixa e no fôlego das empresas

O tarifaço imposto pelos Estados Unidos atinge em cheio empresas brasileiras que dependem das exportações para manter suas operações. A sobretaxa de 50% encarece os produtos e reduz a competitividade lá fora, afetando desde grandes indústrias até pequenos e médios exportadores. Para muitos, isso significa rever contratos, cortar produção ou até suspender envios.

O pacote anunciado pelo governo tenta aliviar o choque com crédito, prorrogação de impostos e compras públicas, mas esses recursos são temporários. Funcionam como um balão de oxigênio: dão fôlego para atravessar o momento, mas não resolvem o problema estrutural. Sem a derrubada das tarifas ou a abertura de novos mercados, o risco é que empresas usem o crédito apenas para adiar cortes e, no futuro, voltem a enfrentar o mesmo aperto, só que mais endividadas.

Pix é a melhor invenção brasileira desde o Plano Real

O Pix é uma mudança estrutural na forma como o Brasil movimenta dinheiro, com impacto tão profundo quanto o Plano Real teve na estabilização da moeda. Assim como o real derrubou a hiperinflação e devolveu previsibilidade à economia nos anos 1990, o Pix derrubou tarifas e devolveu agilidade às transações financeiras. Em menos de cinco anos, aposentou operações caras como TED e DOC, barateou pagamentos no varejo e incluiu milhões de pessoas e pequenos negócios no sistema bancário.

Enquanto o Plano Real controlou preços e estabilizou o poder de compra, o Pix estabilizou o custo das transações. Algo que, até pouco tempo atrás, parecia intocável. Com transferências instantâneas e gratuitas para pessoas físicas, ele eliminou um tipo de “imposto invisível” que pesava no dia a dia, seja para pagar um fornecedor, seja para receber de um cliente. A economia acumulada desde o lançamento já passa de R$ 100 bilhões, dinheiro que ficou no bolso de consumidores e empresas em vez de se perder em tarifas bancárias.

Se o Plano Real foi uma vitória da política econômica sobre a inflação, o Pix é uma vitória da infraestrutura pública sobre o custo do dinheiro. E, assim como o real precisou ser defendido de ataques especulativos, o Pix agora precisa ser defendido de pressões externas e internas que ameaçam encarecer ou limitar seu alcance.

Saiba mais!

Se você curtiu este conteúdo, compartilhe com seus amigos e familiares e ajude-os a tomar decisões mais informadas ao empreender. Criamos um portal recheado de informações valiosas para te apoiar nesse caminho. Não deixe de nos seguir nas redes sociais: estamos no Instagram, no LinkedIn e no Spotify, onde você pode curtir a nossa Playlist do Empreendedor. Compartilhe e acompanhe a Negócio e Franquia!

banner

Posts Relacionados

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Ler mais