Com o crescimento orgânico de muitos pequenos empreendimentos, especialmente impulsionados por redes sociais e indicações, é comum que os empreendedores se vejam diante de uma dúvida crucial: quando é o momento certo de deixar a informalidade para trás e registrar a empresa? Juliana Lourenço, fundadora do Conta Delas, especialista em finanças para empreendedores e mentora de negócios em expansão, explica os sinais e caminhos para essa transição de forma segura e estratégica.
Segundo Juliana, um dos principais indícios de que chegou a hora de formalizar é o crescimento consistente. “Quando um negócio começa a apresentar vendas constantes, demanda recorrente, novos clientes chegando por indicação ou até mesmo a necessidade de contratar ajuda, é um forte sinal de que ele está ganhando estrutura e merece ser levado a sério — inclusive por quem o conduz”, afirma.
A exigência de nota fiscal, a abertura de conta com fornecedores e a participação em feiras e eventos também costuma exigir CNPJ. “Negócios prontos para crescer precisam de base firme, e a formalização é o primeiro pilar dessa construção”, reforça.
A formalização oferece vantagens importantes, especialmente para negócios que cresceram de forma orgânica. “Ela traz segurança jurídica, acesso a crédito com juros mais baixos, permite emitir notas, participar de licitações e separar a vida financeira pessoal da profissional”, explica Juliana.
Além disso, é o caminho natural para escalar, contratar legalmente e sustentar o crescimento com saúde financeira.
Mesmo parecendo confortável no início, manter-se na informalidade limita o crescimento e aumenta os riscos. “Um negócio informal pode ser multado, não pode emitir nota fiscal, fica fora de oportunidades e tem dificuldade de conseguir crédito ou atrair investidores”, alerta Juliana.
Outro problema recorrente é a mistura das contas da empresa com as pessoais, o que gera desorganização e falta de clareza sobre os resultados reais.
Por onde começar: MEI ou ME?
Juliana orienta que o primeiro passo é buscar apoio contábil para definir o melhor enquadramento. “Para quem está começando, o MEI é uma porta de entrada simples e acessível. Já quem superou o teto do MEI pode migrar para a ME, com mais possibilidades de contratação e atividade”, explica.
A escolha do regime tributário certo pode fazer diferença nos custos fixos e na viabilidade do negócio a longo prazo.
A organização financeira básica é essencial antes de dar esse passo. “É importante conhecer o fluxo de caixa, separar as contas da empresa das pessoais e criar o hábito de reservar uma porcentagem dos lucros para impostos”, diz Juliana.
Ela ressalta que formalizar sem esse preparo pode gerar frustração com a carga tributária. “Com planejamento, o crescimento é sustentável e mais leve.”
Muitos empreendedores cometem equívocos na transição para a formalização. Entre os principais estão: não entender os custos envolvidos, continuar misturando contas pessoais e profissionais e não registrar as movimentações financeiras.
“Evitar esses erros passa por educação financeira, mentoria e suporte contábil de confiança. Crescer exige estrutura — e não precisa ser feito sozinho”, aconselha.
Após formalizar, é hora de investir em gestão e visão de longo prazo. “Mapear processos, criar rotinas, ajustar precificação, estabelecer metas e acompanhar indicadores são passos fundamentais”, orienta Juliana.
Ela destaca ainda a importância da mudança de mentalidade: “É preciso começar a pensar como empresária, não apenas como prestadora de serviço. O que sustenta o crescimento é a gestão estratégica, emocional e financeira.”
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