O segundo semestre é um período decisivo para pequenas e médias empresas (PMEs). Entre planejamento financeiro, metas comerciais e ações de marketing para o fim de ano, muitos empreendedores acabam deixando de lado obrigações legais essenciais, e isso pode custar caro.

Juliana Lourenço, contadora e mentora de negócios
“Manter o CNPJ regular não é apenas uma exigência fiscal, é também uma estratégia de crescimento”, explica Juliana Lourenço, contadora e mentora de negócios. Segundo ela, empresas com pendências podem ser desenquadradas do Simples Nacional ou até perder o enquadramento como MEI, o que gera mais impostos e burocracia a partir do ano seguinte.
Débitos tributários acumulados, especialmente no Simples Nacional e no MEI, são um risco real para as empresas no segundo semestre. Dívidas em atraso podem levar ao desenquadramento automático pela Receita Federal. “Uma análise de regularidade fiscal ainda neste trimestre é essencial para evitar surpresas desagradáveis no início do próximo ano”, orienta Juliana.
Empresas com equipe precisam manter a folha e as obrigações acessórias em dia, incluindo e-Social, DCTFWeb e FGTS digital. O não envio dentro do prazo gera multas automáticas e pode travar a emissão de certidões. Juliana salienta que reforçar a comunicação com a contabilidade e validar cada envio mensal é a melhor forma de se proteger de penalidades.
O segundo semestre também é o momento certo para avaliar o regime tributário ideal para o próximo ano. Mesmo quem está no Simples pode se beneficiar de um planejamento eficiente, enquanto quem fatura mais deve considerar lucro presumido ou lucro real. “Simular diferentes cenários com apoio contábil antes de dezembro pode gerar economia real e evitar surpresas em janeiro”, alerta Juliana.
Com o fim do ano se aproximando, é fundamental revisar contratos, vínculos, férias vencidas e organizar o pagamento do 13º salário. O não pagamento dentro do prazo legal gera autuações e encargos. “Planejar o fluxo de caixa para cumprir essas obrigações com tranquilidade é essencial para não comprometer o capital de giro”, destaca Juliana.
A remuneração do empreendedor e a visão de futuro
Além de cuidar da empresa, o empreendedor precisa organizar sua própria remuneração. O pró-labore deve ser declarado corretamente, com recolhimento de INSS, e a distribuição de lucros exige contabilidade regular para ser isenta de impostos. Juliana lembra que “um empreendedor bem remunerado toma melhores decisões; a renda não deve ser tratada como o que ‘sobra’.”
Cuidar das obrigações legais é, portanto, cuidar da base do negócio. O segundo semestre não é só sobre vender mais, é sobre preparar o terreno para crescer de forma sustentável, segura e estruturada. “Empresas que prosperam são aquelas que cuidam do hoje com visão de futuro. A regularidade fiscal é um dos pilares dessa construção”, conclui Juliana Lourenço.
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