Quase 1 milhão de jovens pode deixar de ingressar na faculdade em 2025 por um motivo que até pouco tempo pareceria inusitado: apostas online. Um levantamento com mais de 11 mil pessoas entre 18 e 35 anos revela que 1 em cada 3 brasileiros dessa faixa etária adiou a graduação devido ao dinheiro gasto com jogos de azar, como o popular Fortune Tiger.
A tendência preocupa não apenas o setor educacional, mas também o mercado de trabalho, que já enfrenta dificuldades para encontrar mão de obra qualificada em áreas técnicas e profissionais. O problema é mais agudo nas regiões Sudeste e Nordeste, onde o índice sobe para 41% e 44%, respectivamente.
A dificuldade para contratar profissionais qualificados no Brasil não é apenas uma percepção do mercado: é uma realidade respaldada por dados. Segundo levantamento do ManpowerGroup, 81% das empresas brasileiras relatam escassez de talentos com as competências exigidas, número que coloca o país acima da média global (74%) e entre os piores indicadores do mundo.
Bets que prejudicam estudos
Além de adiar a entrada no ensino superior, as apostas têm afetado o desempenho acadêmico de quem já está matriculado. Segundo o estudo, 14% dos universitários já atrasaram mensalidades ou precisaram trancar o curso por não conseguirem conciliar os gastos com os jogos.
O impacto da prática vai além dos boletos estudantis. Entre os jovens das classes D e E, 43% afirmam que só conseguiriam retomar os estudos se deixassem de apostar. O gasto médio mensal com bets também cresceu: 45% já comprometem mais de R$ 350 por mês, uma alta de 14 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
A mudança de hábitos também atinge a vida social e a saúde. Cerca de 28% dos entrevistados deixaram de sair com amigos para jogar e 24% abandonaram atividades físicas, como academia, por conta do vício. O perfil mais frequente é o de homens entre 26 e 35 anos, trabalhadores, com filhos, que apostam até três vezes por semana.
Apostas online impedem ascensão econômica
O uso do dinheiro que poderia ser investido em qualificação, transporte ou alimentação para bancar plataformas de jogo pode representar um bloqueio à mobilidade social, em um país onde o diploma universitário ainda é um dos principais caminhos de ascensão econômica. Especialistas alertam para o risco de uma geração perder oportunidades de inserção qualificada no mercado de trabalho. Muitas vezes, em troca da ilusão de lucro fácil.
Enquanto a publicidade de casas de aposta domina estádios, influenciadores e redes sociais, os dados mostram um cenário de evasão e estagnação. O que começa como uma diversão aparentemente inofensiva tem virado uma barreira concreta para o desenvolvimento profissional e educacional de milhares de jovens.
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