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Alfabetização emocional: o beabá das emoções

Hannyni Mesquita*

por Central Press
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Frente a tantos desafios da educação de nossas crianças, talvez o mais necessário na
atualidade seja a alfabetização emocional. Ao longo do tempo, estudiosos foram
demonstrando que assim como a aprendizagem em outras áreas, as emoções também
precisam ser ensinadas, pois não se nasce sabendo lidar com os sentimentos. Nossas
habilidades socioemocionais impactam diretamente na maneira como interagimos uns com
os outros e conosco mesmos.
Sem o desenvolvimento da inteligência emocional, muitas vezes comprometemos outras
habilidades, pois os benefícios atingem a ordem cognitiva, desenvolvendo no indivíduo o
perfil para perseverar, construir e reelaborar o conhecimento, e gerenciar as situações
cotidianas. Quantos casos de pessoas que sabem resolver uma prova, mas na hora “dá um
branco”, ou após uma discussão diz “desculpe, não acredito que falei isso”, ou, ainda,
brigas no trânsito iniciadas por situações simples? Esses são exemplos de atitudes do
cotidiano nas quais as pessoas precisam desenvolver sua inteligência emocional para lidar
com a situação.
Com o cenário de pandemia, no qual tivemos a privação de contato social, entre outros
desafios, a escola desempenha, nesse momento de pós-pandemia, um papel
extremamente importante para as crianças ao oportunizar espaço para a coletividade, o
partilhar, o conflito, a negociação, a criação e, por vezes, a frustração.
A importância de desenvolver a inteligência emocional desde cedo foi entendida pelo casal
Harry e Meghan Markle. Ao escolher a primeira escola para o pequeno Archie, de 3 anos,
os pais priorizaram uma que ensina alfabetização emocional e gentileza, no Canadá. E para
ampliar as possibilidades desse desenvolvimento, é importante o envolvimento das famílias.
Mas, como ensinar isso?
Primeiro, precisamos ensinar nossas crianças a expressarem as emoções – e isso se inicia
na identificação do que ela está sentindo. Em um primeiro momento, é o adulto quem ajuda
a identificar e nomear essas emoções, isto é, se está triste, com medo, com raiva. Isso
permite que a criança crie uma autoconsciência. Porém, não adianta apenas identificar.
Deve ser permitido à criança expressar sua emoção, seja verbalizando, dramatizando ou
desenhando. No entanto, é preciso ficar atento para que essa expressão não resulte no uso
da força física contra outras pessoas ou palavras ofensivas.
E, por fim, é necessário que ela aprenda a controlar tudo isso. Sem o controle das
emoções, temos um mundo violento, egoísta e destrutivo. Saber controlar o que sentimos
nos possibilita desfrutarmos de maneira racional das nossas tomadas de decisões, e,
aliadas à empatia, teremos mais respeito nas relações.
*Hannyni Mesquita, pedagoga, especialista em gestão das organizações educacionais
e educação bilíngue, coordenadora da Educação Infantil do Centro de Inovação
Pedagógica (CIPP) dos colégios do Grupo Positivo.

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