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Uso da internet avanças nas áreas rurais, mas universalização ainda é desafio

por Rodrigo Campelo
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Desde a estreia da novela Pantanal, da Rede Globo, os brasileiros assistem ao protagonista – um rico fazendeiro – se comunicando com outras localidades com o uso de rádio. Os moradores da região parecem não ter acesso à telefonia móvel ou internet. Ainda que pareça difícil de acreditar, fora da ficção a cobertura de serviços de telecomunicação ainda é deficiente em várias regiões do país, apesar dos últimos avanços.

Um desses avanços se deu nos últimos dois anos, com o aumento do acesso à internet, especialmente nas áreas rurais. De acordo com a última pesquisa TIC Domicílios, lançada no mês passado pelo Comitê Gestor da Internet Brasil (CGI.br), a proporção de usuários de internet em localidades rurais cresceu em relação ao período que antecede a pandemia da Covid-19, passando de 53% em 2019 para 73% em 2021. O levantamento considerou o acesso de indivíduos de 10 anos de idade ou mais.

Os dados são animadores, especialmente para o agronegócio, que depende de comunicação para se expandir, mas a universalização ainda é um desafio para um país de dimensões continentais como o Brasil. Um desses desafios é a disponibilização da tecnologia 4G em todo território nacional. Segundo um levantamento feito a partir de dados da Anatel pela Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), mesmo com a iminência de instalação do 5G nas capitais brasileiras, ainda existem 391 municípios que não são atendidos pelo 4G.

De acordo com o especialista em cadeia de suprimentos para mercados de telecomunicação, Jassen Malvares Carneiro, um dos obstáculos para a expansão da rede de telefonia para áreas remotas é o custo do investimento, que nem sempre consegue ser absorvido pelas empresas. Para além disso, ele diz acreditar que outras possibilidades poderiam ser consideradas para garantir o acesso à telefonia e internet.

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“Hoje poderíamos trabalhar de formas distintas para conseguir conectar essas regiões mais distantes. A primeira pode ser com o que chamamos de redes comunitárias, que seria a instalação de equipamentos que permitam a captação do sinal via satélite e assim distribuir entre os moradores da comunidade”, relata.

Outra possibilidade, segundo Jassen Carneiro, seria utilizar empresas que já usam um tipo de tecnologia para replicar no interior, com o uso de drones e balões para ampliar a cobertura de sinal de internet em locais remotos. “A ideia seria elevar a estrutura, permitindo assim que o sinal de antenas ou satélites seja recebido sem interferência ou barreiras e, a partir daí, seja distribuído melhor na região. Essa opção é muito mais viável hoje em dia, pois tem um custo aproximado de R$ 40 mil mensais e já é utilizada em diversas áreas de mineração, portos e hidrelétricas”, explica o profissional, que tem 12 anos de experiência em negócios para a área de telecomunicações.

Investimento público é necessário para garantir a universalização

Por conta dos altos custos da ampliação da rede de telefonia e internet para áreas remotas, o que acaba ficando inviável para as empresas privadas por conta do baixo retorno de investimento, é preciso haver maior participação do setor público para garantir a universalização dos serviços.

Na opinião de Jassen Malvares Carneiro, uma opção de como o governo poderia ajudar na aceleração dessa universalização seria o de recuperar o papel da Telebrás como instrumento público fundamental para a condução de políticas públicas que tenham o objetivo de garantir o acesso à banda larga.

“Esse papel deve se dar tanto no âmbito do mercado, atuando na “última milha” para ofertar a conexão à banda larga onde a iniciativa privada não tenha interesse ou condições de fazê-lo, como também na construção e gestão da infraestrutura de rede para atender à crescente demanda em todo o país”, comenta.

Outro aspecto que deveria ser considerado, na opinião do profissional, é o aumento dos investimentos em localidades remotas. No Brasil, a disparidade entre o quanto se investe em grandes centros urbanos em relação ao interior do país é grande.

“Apenas como nível de comparação, dados mostram que os Estados Unidos investem aproximadamente 13 vezes mais do que o Brasil (em áreas rurais), chegando a aportar US$ 80 bilhões em 2019 (em torno de R$ 430 bilhões, cotação da época) versus R$ 33 bilhões investidos aqui no mesmo período. Com isso podemos considerar que, além do esforço da iniciativa privada, precisamos que o setor público entenda e comece a investir de forma correta para que o interior tenha as mesmas facilidades e benefícios que a tecnologia traz hoje para os centros urbanos”, conclui.  

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