No tabuleiro do empreendedorismo, a franquia é o banco imobiliário do mundo real. As franquias são aquelas propriedades com hotéis vermelhos que todos querem ter. Mas, assim como no Banco Imobiliário, nem tudo são rosas, e os dilemas são tão reais quanto a última vez que você jogou com seus primos e acabou sem falar com eles por uma semana.
A pimenta malagueta
Vamos começar com a questão que queima mais do que pimenta malagueta: “Será que estou comprando uma franquia ou alugando um emprego?”
Imagem de Van3ssa 🩺🎵 Desiré 🙏 Dazzy 🎹 por Pixabay
Imagine o tabuleiro de xadrez do empreendedorismo: comprar uma franquia é como escolher jogar com as peças brancas ou pretas. Você tem um conjunto de movimentos pré-definidos, estratégias que foram testadas e aprovadas, e você sabe que, se jogar conforme as regras, tem uma chance de ganhar o jogo. Mas aqui está o detalhe: você é o rei ou o peão?
Como rei do seu negócio, você espera ter o controle final, a palavra decisiva, a liberdade de mover-se em qualquer direção. No entanto, a realidade pode ser mais parecida com a do peão: movimentos limitados, caminhos predeterminados e sempre avançando uma casa de cada vez, seguindo as regras do jogo estabelecidas pelo franqueador.
A metáfora do peão de xadrez ilustra a experiência de muitos franqueados que descobrem que, embora sejam donos de seus negócios, suas opções são restritas pelas estratégias e regulamentos da franquia. Eles não podem simplesmente inovar ou mudar de direção sem consultar o grande “tabuleiro” da marca. Isso pode ser frustrante para aqueles que entram no jogo esperando jogar como um rei, movendo-se livremente e tomando decisões autônomas.
Por outro lado, há segurança nas regras. Assim como o peão tem o potencial de se tornar uma rainha se chegar ao outro lado do tabuleiro, um franqueado pode prosperar dentro das limitações, usando o suporte e a estrutura fornecidos pela franquia para crescer e, eventualmente, alcançar o sucesso.
Então, a pergunta “Estou comprando uma franquia ou alugando um emprego?” pode ser respondida assim: depende de como você joga o jogo. Se você valoriza a estrutura, o suporte e a marca estabelecida, e está disposto a operar dentro de um conjunto de regras, então comprar uma franquia pode ser o seu jogo de xadrez ideal. Mas se você anseia por autonomia completa e a liberdade de fazer movimentos ousados e inesperados, talvez descubra que o jogo de franquia tem mais restrições do que você gostaria.
No final das contas, é uma questão de alinhar suas expectativas com a realidade do modelo de franquia e decidir se você está pronto para jogar o jogo, mesmo que isso signifique começar como um peão, com a esperança de um dia se tornar o rei do seu próprio império de franquias.
Os reis do pedaço
Muitos franqueados entram no jogo pensando que serão os reis do pedaço, mas acabam descobrindo que têm menos liberdade que peão de xadrez. Eles seguem regras, padrões e até o sorriso precisa ser padronizado. Afinal, quem nunca entrou numa franquia e foi recebido com aquele sorriso nº 5 do manual de atendimento?
Por outro lado, os franqueadores estão no papel de banqueiros, contando as notas e garantindo que todos sigam as regras. Mas, espera aí, será que eles estão mais para vilões de filme de super-herói, esfregando as mãos e tramando como tirar mais dinheiro dos pobres franqueados? Ou são os mentores, os Yodas do negócio, compartilhando sabedoria e estratégias de sucesso?
E não podemos esquecer daqueles que estão de olho no tabuleiro, pensando se entram no jogo ou não. Eles veem as franquias como a galinha dos ovos de ouro ou uma armadilha para ratos? A verdade é que entrar no mundo das franquias é como dar um mergulho num lago de patinhos de borracha. Pode parecer divertido e seguro, mas você nunca sabe se vai sair nadando ou se vai precisar de boias de braço.
Os Royalties são o vilão do negócio?
Agora, vamos falar sobre o elefante na sala: “E os royalties, minha gente?” Alguns dizem que é como pagar aluguel para morar na própria casa. Outros argumentam que é o preço da fama, afinal, quem não quer ser visto como parte de uma marca famosa?
Os royalties no mundo das franquias são uma taxa que o franqueado paga ao franqueador, geralmente de forma periódica, como compensação pelo direito de usar a marca, o sistema de negócios e o suporte contínuo. É uma parte essencial do modelo de franquia, pois é assim que os franqueadores ganham receita contínua e podem investir no aprimoramento da marca e no desenvolvimento de produtos ou serviços.
Comparar os royalties a “pagar aluguel para morar na própria casa” é uma maneira divertida de olhar para isso, pois você está pagando por algo que é seu, mas ao mesmo tempo, não é totalmente seu. Você tem o negócio, mas está operando sob o guarda-chuva de outra marca. É como se você tivesse a casa, mas as regras da decoração são ditadas pelo proprietário da marca.
Por outro lado, pagar royalties é o “preço da fama” porque você está se beneficiando da reputação e do reconhecimento da marca estabelecida. Isso pode levar a uma maior confiança do cliente e, potencialmente, a vendas mais rápidas e maiores do que se você começasse um negócio do zero.
Portanto, os royalties são uma troca – você paga para aproveitar os benefícios de ser associado a uma marca famosa e receber suporte, enquanto o franqueador recebe uma fonte de renda para manter a qualidade e o crescimento da rede de franquias. É um equilíbrio entre dar e receber, onde ambas as partes precisam encontrar valor para que a relação seja bem-sucedida.
Inovações no setor de franquias
E por último, mas não menos importante, temos a polêmica das inovações. O franqueado que inventa um novo sabor de pizza ou um método revolucionário de cortar cabelo pode compartilhar isso com a rede ou tem que manter segredo, como receita de vó?
Então, seja você um franqueado, um franqueador ou um curioso, lembre-se: o mundo das franquias é um jogo de estratégia, paciência e, às vezes, um pouco de sorte. Mas, como em todo jogo, o importante é se divertir, aprender e, quem sabe, passar a vez sem ir à falência.
E aí, vai encarar o desafio ou vai passar a vez?
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