Amaro e Cervejaria Petrópolis pedem recuperação judicial. A rede de lojas de roupa tem uma dívida de mais de R$ 244 milhões com bancos e fornecedores e a Cervejaria Petrópolis apresenta uma dívida de 4,2 bilhões de reais.
O pedido foi protocolado no Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 22 de março. No documento, a Amaro explica que suas dificuldades financeiras começaram já em 2021, quando contratou um fundo de investimento (não citado) para aumento de capital.Com isso, em maio e abril de 2022, o Itaú e o Santander lhe concederam duas linhas de crédito até que a operação fosse concluída, mas o fundo de investimento decidiu postergar a operação e a Amaro começou a atrasar pagamentos a seus fornecedores.
Então, a empresa acumulou R$ 92,797 milhões em dívidas com fornecedores e mais R$ 151,772 milhões em dívidas com os bancos.
No documento, a Amaro também pede, além do aval da Justiça para começar sua recuperação extrajudicial, a suspensão de pagamentos de dívidas por 180 dias. A empresa deve R$ 49 milhões ao Itaú; R$ 37 milhões ao Santander; R$ 18 bilhões ao BTG Pactual; R$ 12 milhões ao banco ABC Brasil; e R$ 1 milhão ao Safra.
Cervejaria Petrópolis
A Cervejaria Petrópolis, dona das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e apresentou no pedido dívidas que chegam a R$ 4,2 bilhões.
De acordo com o documento enviado à Justiça, o grupo enfrenta uma crise de liquidez há aproximadamente 18 meses, após a empresa sofrer com uma redução em sua receita. Do valor total da dívida, 48% são financeiras e 52% são relacionadas a fornecedores e terceiros.
A Justiça concedeu ao grupo uma tutela cautelar de urgência que determinou a liberação dos recursos da companhia pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa.
Recuperação extrajudicial
Na recuperação extrajudicial, a empresa faz um acordo com seus credores, sem a necessidade de interferência da Justiça para a negociação de suas dívidas. Este caso é diferente da recuperação judicial (como a que a Americanas está enfrentando) porque os credores já concordaram com o plano de reestruturação das dívidas da empresa e fizeram parte de sua elaboração.
Na recuperação judicial, normalmente, não há participação prévia dos credores e a Justiça que decide como esse processo irá ser levado, sem a necessidade de uma aprovação dos credores, podendo eles apenas contestar os processos.
A Amaro pode pedir outra recuperação em dois anos e a Justiça não poderá declarar falência caso não concorde com o plano de recuperação.
A Amaro é mais uma varejista com problemas financeiros. A pouco tempo a TOK Stok ficou com a fama de mal pagadora após ficar inadimplente com o aluguel da unidade em Extrema no sul de Minas Gerais. As Lojas Marisa no início de fevereiro perdeu o CEO e contratou uma empresa para ajudar a renegociar a dívida com credores. O início do ano foi marcado pela situação da Americanas que está em recuperação judicial no valor de mais 47,8 bilhões de reais.
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